O Decantado desenvolvimento econômico do Brasil de nada favorece a realidade sócio-cultural do povo brasileiro, de acordo com dados do IBGE a taxa de analfabetismo no pais vem caindo com a inclusão de programas como Educação Solidária e Educação de Jovens e Adultos, mas isto não é motivo para se comemorar já que o número de analfabetos no país ultrapassa os 14,9 milhões. Escolas públicas sucateadas, salas de aulas insalubres, material didático defasado, professores desmotivados e alunos com largo histórico de repetência e abandono. E para os brasileiros que vivem na zona rural esta condição é mais agravante ainda, devido ás distâncias e condições miseráveis que eles tem que enfrentar no dia a dia. Esta realidade tem de ser revista com urgência, para que sejam criadas condições e oportunidades que de fato beneficiem aqueles a quem o direito está sendo negado.
Situações críticas como estas que atualmente atravessa a educação brasileira, afetam diretamente um núcleo fundamental na vida do indivíduo: a comunidade. No sentido que a educação é um conjunto de práticas sociais para o desenvolvimento integral do individuo. A paisagem urbana antes vista da janela, agora está gradeada devido ao medo que silenciosamente ronda a vida de cada morador das cidades. Os pequenos comércios vivem sob estado de tensão permanente na periferia. Que garantias a policia pode oferecer a comunidade, se ela tambem é refém da realidade sócio-econômica que o país atravessa. Os policiais “mantenedores da ordem pública”agora migram para o mundo do crime que se renova a cada dia. Resultado: presídios super lotados, delegacias assumindo responsabilidades que estão fora da sua jurisdição, tráfico e traficantes em guerra para estar no controle. Os secretários de Segurança dos Estados já não asseguram com tanta veemência que seus discursos de posse serão concretizados. E o cidadão armado, assegura que a arma é só para atender uma necessidade. Na maioria da vezes, uma necessidade de justiça com as próprias mãos.
Mãos do cidadão comum que diariamente tenta se equilibrar dentro de um transporte coletivo que coletivamente atende uma comunidade em condições absurdas, quase desumanas. Seria cômico se não fosse trágico ao ver espelhado no rosto do cidadão uma alegria quando encontra uma acento vago, como se isso não fosse um direito, mas um prêmio. Condição jocosa se não tivesse neste trajeto uma malha viária totalmente comprometida pelo descaso, pelas condições climáticas e pelo material de baixa qualidade utilizado nas operações tapa-buraco. Com o crescente número de carros nas ruas, o fator tempo também fica comprometido, já que não há um planejamento concreto de escoamento do trânsito nos grandes cruzamentos. O transporte alternativo está longe de ser uma alternativa segura e decente para quem procura melhores condições neste segmento. Repensar o transporte urbano é repensar a própria conduta. É repensar as leis, a quem beneficiam? A quem de fato importa continuar como está?
A política desenvolvimentista do governo federal alicerça pontes, praças e avenidas e não consegue reconhecer nestes espaços públicos o cidadão comum que não sabe de seus próprios direitos, pois não sabe ler. Inseguro no bairro em que mora já não sabe a quem recorrer para que a segurança devolva a sua comunidade o mínimo de decência. E quando os transportes públicos entram em greve, a quem recorrer? O slogan do Governo Federal, Brasil um país de todos, sem dúvida alguma condiz com nossa realidade, um pais sem fronteiras éticas, sem leis que assegurem direitos e deveres, sem justiça social. Onde foi parar o penhor da igualdade? Restou apenas o braço forte daqueles que fazem as leis. E como fazem em beneficio próprio.
Kennedy Saldanha
sábado, 15 de agosto de 2009
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