quarta-feira, 17 de novembro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Boheme - Deep Forest
A musica como recurso de uma palavra não dita.
De uma saudade. de um gesto, de uma possibilidade.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
SÚBITA PAISAGEM
O sol começa a se pôr dentro da paisagem que a vista alcança.
Uma luz alaranjada vai contornando a silueta escura de quem aguarda o ocaso do dia, o fim de uma tarde que começou com despedidas.
Parti do exato ponto de onde as coisas deveriam estar para que eu compreendesse o sentimento de pertença que nos liga. Ligado a mim as desventuras de uma história que nasceu como nascem as relações que verdadeiramente nos tocam.
Um sentimento de impotência e descrença invade-me com ternura nesta hora, justamente pela dor que me causa estar vivendo este momento novamente. Separar-me. Dividir-se o centro. Perder o meio. O caminho seguro das coisas breves e ternas. Voltar para o ponto onde o aprendiz de filosofo reconhece o só sei que nada sei e a rudimentar procura da felicidade em uma nova tentativa. Quem sabe o certo? Porventura nascemos nós como manual de instruções? Release e foto? É fato que não.
Não há decência em ser sozinho. Não me sinto preso, não sou de um lugar exato, fixo, rotulado. Mas queixo-me da ausência do afeto nas tardes mornas de sábado e do calor fogoso das noites de chuva. Nasci para o abraço, o toque, a sensibilidade é um largo defeito dentro de mim. No sentido superlativo da extensão, da intensidade e do grau de comoção.
Aqui estou no aterro de Iracema olhando este mar dantes navegado pela forca dos ventos e dos elementos alquímicos que me fazem acordar para o que realmente sou, um aprendiz desta jornada interior na busca de si mesmo. Guardo da relação o teu nome e o ritmo de tua voz no enfrentamento do que vivemos acerca das diferenças, das vontades e dos sonhos em horas desencontradas.
Este dia começou com um breve poema rascunhado em silêncio: Manhã infinita e melancólica/Meu jardim transfigurado/ É um retalho tosco na paisagem,/Na distancia do mar que me vê./O sal que pela pele corre/Não incorre em mudar a vida/Me ocorre de transformar os erros/Não cometer devaneios/E nem exagerar na dose,/Tolerância, paciência, amor...
E finda com uma noite imensa para recordar sentimentos e a decência de continuar viver o que me resta.
Uma luz alaranjada vai contornando a silueta escura de quem aguarda o ocaso do dia, o fim de uma tarde que começou com despedidas.
Parti do exato ponto de onde as coisas deveriam estar para que eu compreendesse o sentimento de pertença que nos liga. Ligado a mim as desventuras de uma história que nasceu como nascem as relações que verdadeiramente nos tocam.
Um sentimento de impotência e descrença invade-me com ternura nesta hora, justamente pela dor que me causa estar vivendo este momento novamente. Separar-me. Dividir-se o centro. Perder o meio. O caminho seguro das coisas breves e ternas. Voltar para o ponto onde o aprendiz de filosofo reconhece o só sei que nada sei e a rudimentar procura da felicidade em uma nova tentativa. Quem sabe o certo? Porventura nascemos nós como manual de instruções? Release e foto? É fato que não.
Não há decência em ser sozinho. Não me sinto preso, não sou de um lugar exato, fixo, rotulado. Mas queixo-me da ausência do afeto nas tardes mornas de sábado e do calor fogoso das noites de chuva. Nasci para o abraço, o toque, a sensibilidade é um largo defeito dentro de mim. No sentido superlativo da extensão, da intensidade e do grau de comoção.
Aqui estou no aterro de Iracema olhando este mar dantes navegado pela forca dos ventos e dos elementos alquímicos que me fazem acordar para o que realmente sou, um aprendiz desta jornada interior na busca de si mesmo. Guardo da relação o teu nome e o ritmo de tua voz no enfrentamento do que vivemos acerca das diferenças, das vontades e dos sonhos em horas desencontradas.
Este dia começou com um breve poema rascunhado em silêncio: Manhã infinita e melancólica/Meu jardim transfigurado/ É um retalho tosco na paisagem,/Na distancia do mar que me vê./O sal que pela pele corre/Não incorre em mudar a vida/Me ocorre de transformar os erros/Não cometer devaneios/E nem exagerar na dose,/Tolerância, paciência, amor...
E finda com uma noite imensa para recordar sentimentos e a decência de continuar viver o que me resta.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Além Jericoacoara
Na horizontalidade deste mar que nos avança,
revejo os traços de meu olhar aquarelado naquela manhã de abril.
Vinte dois anos hão se passado dentro da memória,
que hoje desperta e vai revelando nuances daqueles dias aos pés do farol.
Saudoso mar de Jeri, o teu sol ainda se põe dentro de mim.
revejo os traços de meu olhar aquarelado naquela manhã de abril.
Vinte dois anos hão se passado dentro da memória,
que hoje desperta e vai revelando nuances daqueles dias aos pés do farol.
Saudoso mar de Jeri, o teu sol ainda se põe dentro de mim.
domingo, 1 de agosto de 2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
Damien Hirst e um bilhão de possibilidades cravejadas nas paredes do Sobrado.
A vida pessoal de Damien Hirst não pode ser conceituada num catalogo informativo de exposição. Mas sua arte - objeto freqüente de apreciação - é sem duvida o seu mais rentável produto,impassível de qualquer julgamento diante das leis do mercado. De um mercado que tem regras próprias e bem delineadas na bolsa de valores. Damien Hirst nunca esteve em cartaz na terra do sol, mas tem aquecido o sabor dos ventos, quando questionamos a lógica de uma arte que nos toque, nos sensibilize e sobre tudo proponha caminhos que não seja o da total indiferença.
Damien Hisrt é inglês, nasceu em 1965 e tem a morte como símbolo, protótipo e arquétipo de uma obra incomoda. Incomoda na perspectiva de que sempre nos predispomos a apreciar a natureza coloquial dos álbuns de fotografia, que nos faz a todos parecermos iguais nesta sociedade de classificações. Sua obra inquieta nos leva a refletir sobre a nossa própria noção de conceito e nos leva a olhar para a vida sob uma ótica não delimitante, não hostil, mas profícua em todos os sentidos.
Seu nome figura numa lista das 100 pessoas mais ricas do reino. Sua alteza jamais rabiscou uma palavra sequer na cartilha deste súdito e nunca foi motivo de inspiração, se é que o crânio coberto por 8.601 diamantes, que pesam 1.106,18 quilates, criação sua, não teve alguma fonte de inspiração. As apreciações que podemos fazer de sua obra estão diretamente ligadas a um novo universo plástico que se assoma neste futuro de agora. Arte cinética, arte ciência, arte tecnológica. Revogação de conceitos? Destilação de afetos? Resignificação de propósitos?
A critica de hoje enovela-se em procedimentos que não estão a margem e nem refutam um mergulho mais profundo, por isso Damien Hirst não pode estar ausente de um novo olhar que se descortina com a velocidade do tempo. Um tempo que nos faz rever a natureza empírica da arte e sua necessidade de acomodação, refração e expansão nos equipamentos culturais que a cidade dispõe. A arte de Damien Hirst nos coloca diante de nós e da vulnerabilidade de olhar o mundo por uma única janela.
Kennedy Saldanha
segunda-feira, 12 de abril de 2010
A primeira crônica
O teclado me olha com seu universo de letras e símbolos, evidenciando aquilo que eu já sei. Começar não é tão simples quanto parece. Coube-me a responsabilidade de ler A última crônica de Fernando Sabino na manhã deste dia. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Deseja o cronista em seu passeio matinal até deparar-se com o elemento inspirador que propiciaria a narrativa da vez: a história da família que comemora o aniversário da filha diante do cronista sem tema. É do balcão de um bar, onde parara para uma xícara de café que ele os observa: Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Uma família movida por uma sincera contenção de gestos e silêncios para um momento solene. As poucas posses são suficientes para um refrigerante e uma fatia de bolo, transcendendo assim a construção social do que seja uma tradicional festa de aniversário. A filha do casal ilumina o rosto com um sorriso diante da surpresa. É a sua festa. Ela é o centro da cena que se desenrola aos olhos do cronista.
Obediente ela aguarda o momento preciso, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Faço-me a mesma pergunta, mais a ação construída no texto não permite especulações, pois cada sequência, cada gesto, foi milimetricamente pensado até ganhar voz com minha leitura. A cumplicidade do casal a comemorar o aniversário da filha é de uma riqueza humanitária e de uma simplicidade que me faltam palavras para descrever a natureza inventiva do cronista diante do fato.
O cronista conclui sua narrativa matinal ao cruzar seu olhar com pai, dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso. Finalizo a leitura e ali em sala de aula, o texto começa a construir em minha mente um projeto infinito de idéias que se adequem ao trabalho proposto pela disciplina: produzir uma crônica.
Decididamente fui tocado pela simplicidade do relato diante do que poderia ter sido apenas uma xícara de café, o dia em que a última crônica de Fernando Sabino, deu origem a esta missão, numa manhã despretensiosa de terça-feira.
Kennedy Saldanha
Uma família movida por uma sincera contenção de gestos e silêncios para um momento solene. As poucas posses são suficientes para um refrigerante e uma fatia de bolo, transcendendo assim a construção social do que seja uma tradicional festa de aniversário. A filha do casal ilumina o rosto com um sorriso diante da surpresa. É a sua festa. Ela é o centro da cena que se desenrola aos olhos do cronista.
Obediente ela aguarda o momento preciso, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Faço-me a mesma pergunta, mais a ação construída no texto não permite especulações, pois cada sequência, cada gesto, foi milimetricamente pensado até ganhar voz com minha leitura. A cumplicidade do casal a comemorar o aniversário da filha é de uma riqueza humanitária e de uma simplicidade que me faltam palavras para descrever a natureza inventiva do cronista diante do fato.
O cronista conclui sua narrativa matinal ao cruzar seu olhar com pai, dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso. Finalizo a leitura e ali em sala de aula, o texto começa a construir em minha mente um projeto infinito de idéias que se adequem ao trabalho proposto pela disciplina: produzir uma crônica.
Decididamente fui tocado pela simplicidade do relato diante do que poderia ter sido apenas uma xícara de café, o dia em que a última crônica de Fernando Sabino, deu origem a esta missão, numa manhã despretensiosa de terça-feira.
Kennedy Saldanha
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