sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Com um Q de Cinema


Em 1960 um grupo de aventureiros adentra o Sertão Central com um roteiro debaixo do braço e uma câmera na mão. Uma caravana formada por atores e técnicos com uma missão: rodarem no município de Quixadá o filme A Morte Comanda o Cangaço. Produzido com todos os aparatos técnicos disponíveis na época e com um cenário natural de encher os olhos, A Morte Comanda o Cangaço foi recorde de bilheteria quando da sua estréia no Brasil. Fez carreira internacional e acumulou uma série de prêmios pelos festivais que passou.
Uma história figurativa entre tantas para a memória do cinema brasileiro, não fosse o nascimento da Associação de Cinema e Vídeo de Quixadá que nasceu com o propósito de preservar a memória do audiovisual produzido no município. Resgatar esta história foi o primeiro passo. Em seguida promovia o I Quixadá Mostra Cinema, uma retrospectiva dos filmes que tiveram a cidade como cenário ou figurando como elemento no roteiro. Com a mostra a ACVQ trouxe ao município os mais significativos nomes do audiovisual no Brasil como Fábio Barreto, diretor de Luzia Homem, Humberto Martins, Regina Dourado, Chico Diaz, Dira Paes, Rosemberg Cariry e a produtora e atriz principal de A Morte Comanda o Cangaço, Aurora Duarte.
Em sua segunda edição o evento trouxe a cidade os atores Castro Gonzaga, Murilo Rosa, Vanessa Loés, Tânia Alves, Carlos Thiré e Marcos Pasquin, na época um ator desempregado em busca de uma oportunidade que alavancasse sua carreira. Noites memóraveis para o povo da cidade que nas duas edições lotou o Ginásio Municipal, sede do evento. A ACVQ á partir de então vem se dedicando ao estudo, produção, difusão e preservação da atividade cinematográfica e videográfica da cidade de Quixadá, além de contribuir através do audiovisual com o desenvolvimento social região
Participou como co-produtora da realização dos curtas-metragens: "Ô Casamento" e "Magé" de Clébio Ribeiro , "Campo Branco" de Telmo Carvalho, "Mestre Alves" de Pedro Henrique, do clip "Com Lampião e Maria" da banda Cruz Credo, do documentário "O Cinema e o Cangaço" do programa Galeria - Telecine/Rede Globo e dos longas-metragens "Vila Lobos", dirigido por Zelito Viana e "Corisco e Dadá", de Rosemberg Cariry.
Em 2001, dedicou-se ao cinema para o desenvolvimento social, realizando os projetos "Víde(o) Sertão sem Aids", e "Dezembro Vida no Sertão de Todos", com o apoio do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará.
Em 2008 realizou o documentário “Mãe de Santo, teu nome é Zimá”, com direção de Lilia Moema, além de mobilizar recursos para o média-metragem “O Auto da Camisinha”, filmado em 2009 tendo Chico Anísio no elenco, ambos com direção de Clébio Viriato Ribeiro.